Amazônia Motirô une música, dança econsciência ambiental em criação inédita
- blognewschristian
- 4 de nov.
- 5 min de leitura
Montado especialmente para a COP 30, “Amazônia Motirô” será apresentado
no Theatro da Paz, no dia 19 de novembro, em duas sessões, às 18h e 20h30.
Realização da Cia de Dança Ana Unger, com apoio cultural do Banpará e
Governo do Estado. Os ingressos já estão disponíveis pela Ticket Fácil.
O espetáculo reúne 40 bailarinos e a Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz,
convidados como o percussionista Kleber Benigno (Trio Manari), a soprano
Juliana Bravo e a indígena Ayra Ananda, além da trilha original de Thiago
D’Albuquerque.

Com cenários virtuais de Roberta Carvalho e figurinos criados por Jacque
Carvalho com materiais reciclados e adereços adquiridos de comunidades
indígenas, a montagem é uma experiência sensorial que celebra a Amazônia.
O termo motirô, de origem tupi, significa mutirão, e serve de metáfora para o
processo coletivo que deu origem à montagem. A obra nasce do diálogo entre
criadores de diferentes linguagens, unidos por um mesmo propósito: pensar a
Amazônia e o planeta através da arte.
O espetáculo propõe um mergulho na floresta, onde o som dos rios, o canto
dos pássaros e o ritmo do carimbó encontram ressonância em orquestrações
sinfônicas e gestos coreográficos.
Para o compositor Thiago D’Albuquerque, a inspiração veio da urgência de
falar sobre o cuidado com o meio ambiente. “A gente quer provocar uma
reflexão sobre os lixos jogados nos rios, mares e lagos. Precisamos fazer esse
mutirão para limpar, mas também para conscientizar as pessoas a não sujarem
a natureza”, explica.
Thiago, que já trabalhou com Ana Unger em criações anteriores, entre elas
Paraíso Verde e Árvores que Tocam, constrói em Amazônia Motirô uma trilha
que mistura sons naturais da floresta, cantos indígenas e a cadência
contagiante do carimbó, compondo uma paisagem sonora que dialoga com as
raízes amazônicas.
“Quero deixar um legado de músicas que valorizem a Amazônia, nossa
sonoridade e nossa floresta. Essa obra cabe perfeitamente nesse propósito”,
completa o compositor.
A trilha, segundo ele, é uma experiência imersiva que aproxima o público da
natureza. “Desde o som dos pássaros até o ritmo singado do carimbó, a plateia
vai sentir a floresta de perto, guiada pela música e pela força da orquestra.”
Para o maestro Miguel Campos Neto, a criação de obras contemporâneas é
parte essencial da missão de um artista.
“A minha atuação teria uma lacuna se eu trabalhasse apenas com os grandes
mestres do passado. É fundamental descobrir, criar e trabalhar com os
compositores e coreógrafos do presente. Todas as obras consagradas já foram
contemporâneas e nós estamos criando os clássicos do futuro”, reflete.
Miguel ressalta o processo de integração entre as linguagens como elemento-
chave da montagem.
“O segredo está na união entre os artistas. Coreógrafa, bailarinas, compositor,
orquestrador e regente precisam dialogar e criar juntos. A música existe em
função da dança, e a dança existe por causa da música. Nenhum desses
elementos se sustenta sozinho.”
Trabalhos de excelência artística
A parceria entre Campos Neto e Ana Unger vem de longa data. Eles já se
encontraram em produções de balés clássicos, como Lago dos Cisnes, Copélia
e O Corsário, mas também em obras autorais, como Maiandeua, em que o
maestro assina parte da trilha. A admiração mútua se reflete no resultado.
“A Ana é um expoente da dança no Pará, um nome de referência. Ela coloca
no palco produções de altíssimo nível, sejam clássicas ou contemporâneas. O
que ela realiza aqui é de uma qualidade que se equipara a grandes
companhias do país”, elogia.
Ana Unger conduz sua companhia de dança em uma investigação estética que
une tradição e contemporaneidade, emoção e reflexão. Em Amazônia Motirô, a
coreógrafa amplia seu repertório autoral e propõe um diálogo direto com o
público sobre a responsabilidade coletiva diante da crise ambiental.
O espetáculo celebra a força da colaboração. É resultado de um verdadeiro
mutirão artístico, entre músicos, bailarinos, técnicos e criadores que
compartilham um mesmo ideal: transformar a arte em ferramenta de
sensibilização e esperança.
Ana Unger: o corpo em movimento numa Belém úmida e plural
Em Belém, o corpo da cidade pulsa em ritmo de chuva, tambor e resistência; e
poucos artistas traduzem isso com tanta entrega quanto Ana Unger.
Coreógrafa, bailarina e diretora da Cia. de Dança Ana Unger, ela tem na
Amazônia sua maior inspiração e no palco, o espaço de diálogo entre a técnica
do balé clássico e as raízes culturais da região.
Desde os primeiros passos, Ana dança entre mundos: a disciplina do ballet e a
espontaneidade dos ritmos populares. Criada entre o carimbó, o boi-bumbá e o
universo amazônico, ela já buscava por pertencimento e expressão através da
arte.
Sua companhia de dança nasceu do desejo de oferecer formação e palco
profissional a bailarinos da cidade e da região metropolitana. O grupo reúne
jovens de Belém, Barcarena e outras localidades, que encontram ali um espaço
de excelência técnica e liberdade criativa. No estúdio, Ana conduz ensaios
diários que misturam rigor e afeto, sempre movida pela convicção de que a arte
pode transformar realidades.
Ao longo das últimas décadas, a coreógrafa tem levado à cena espetáculos
que dialogam com o território e com a natureza amazônica. Obras como
Depois da Chuva e Dança Atropofágica criaram uma estética própria, em que o
movimento corporal se mistura a elementos simbólicos, a água, o vento, a
floresta, compondo uma poética visual e sonora.
A dança como forma de resistência
Entre as dificuldades de sustentar uma companhia independente e o esforço
constante para manter um espaço de ensaio e criação, Ana Unger segue
acreditando na potência do coletivo, no motirô. “A gente fala muito disso entre
nós, artistas”, diz. “Um mutirão pela arte, para que a gente se faça presente
nas nossas terras.”
Belém, com sua umidade, rios e memória, é a paisagem e o corpo dessa
trajetória. É dela que Ana Unger extrai a matéria-prima de seu trabalho, a
música das águas, o som dos tambores, a luz filtrada pela chuva e transforma
tudo isso em dança, num gesto que é ao mesmo tempo ancestral e
contemporâneo, amazônico e universal.
Em “Amazônia Motirô”, sua criação mais recente, Ana sintetiza esse percurso.
O espetáculo é uma convocação poética para repensar nossa relação com a
floresta, com os rios e com o outro. É a Amazônia cantada, dançada e sentida,
um convite para participar, em arte e atitude, de um mutirão pela vida.
Serviço
Espetáculo: Amazônia Motirô
Data: 19 de novembro de 2025 (quarta-feira)
Sessões: 18h e 20h30
Local: Theatro da Paz – Belém (PA)
Abertura do teatro: 1h antes de cada sessão
Duração: 1h
Ingressos: Ticket Fácil e bilheteria do teatro
Realização: da Cia de Dança Ana Unger
Apoio cultural do Banpará e Governo do Estado.
Ficha técnica
Amazônia Motirô - Ficha Técnica
Roteiro e Direção Geral
Ana Unger
Compositor
Thiago D’albuquerque
Participação Especial
Ostp
Kleber Benigno (Trio Manari)
Juliana Bravo (soprano)
Ayra Amana (artista indígena)
Direção Musical E Regência
Miguel Campos Neto
Coreografia
Ana Unger
Jhonathan Costa
Vídeo Mapping / Cenário Virtual
Roberta Carvalho
Fotografia
Marcos Hermes
Direção Criativa de Fotografia
Marcos Hermes
Silvia Quadros
Captação De Imagens e Videografia
Alan Kardec Guimarães
Mário Costa
Design de Figurino
Ana Luiza Gabbay
Jacque Carvalho
Confecção de Figurinos Reciclados
Edina Maria De Lima
Maria Do Socorro Andrade
Maria José Leite
Socorro Bricio
Carlota Santos Do Valle
Direção De Palco
Nandressa Nunes
Direção Técnica
Rosana Rosário
Assessoria De Imprensa
Luciana Medeiros
Elementos De Cena
José Ribamar Monteiro
Cenotécnicos
José Ribamar Monteiro
Raimundo Nonato Rodrigues
Maike Nascimento
Design De Luz
Rubens Vieira Almeida
Técnicos De Iluminação
Jorge Luiz Pantaleão
Márcio Gianne Dos Santos
Roberto Lennon
Sonorização
Sandim Produções
Midías
Giz Produções
Coordenação De Produção
Rita Ferradaes
Maquiagem
Omar Junior
Equipe de Produção
Iolanda Souza
Maria Da Penha Silva
Eliene Santiago
Alexandre Melo
Bailarinos
Noêmia Tavares
Yasmin Souza
Raynara Silva
Ananda Di Paula Meninéa
Vitória Joane Oliveira
Amanda Holanda
Bruna Moser
Daniela Fernanda Batista
Emanuelle Seabra
Emilly Macedo
Giulia Nascimento
Inês Alcântara
Keron Reis
Lucianny Oliveira
Victória Holanda
Victória Gurjão
Marcelo Almeida
Allan Araújo
Arthur Furtado
Carlos Eduardo Lima
Christian Petterson
Denis Luca Reis
Fabrício Modesto
Rincon Gaia
Ryan Christian Rodrigues
Hugo Bittencourt
Hiago Dos Santos


















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