Ator paraense Phellipe Marques comemora estreia no cinema internacional

Natural de Belém do Pará, o ator Phellipe Marques tem construído uma trajetória marcada pela perseverança e pela busca constante por novos desafios. Sua relação com o teatro começou em 2011, quando, após uma difícil separação, decidiu ingressar nas artes cênicas como forma de reencontro pessoal. Foi no Teatro do Sesi, sob a direção do renomado diretor Fernando Matos que Felipe deu seus primeiros passos nos palcos e logo se destacou entre os novos talentos.

A estreia profissional veio com o espetáculo “Cabanos, Uma Viagem no Tempo”, montagem consagrada na cena paraense que retrata a Revolta da Cabanagem. O desempenho do jovem ator chamou atenção e, com o passar dos anos, ele conquistou o papel de Eduardo Angelim, um dos líderes históricos do movimento. A interpretação sólida e a entrega ao personagem fizeram de Angelim um marco em sua carreira — papel que Phellipe viveu intensamente por quase uma década.

“Não tem como falar da minha trajetória sem falar do Angelim. Esse personagem de forte caráter e senso de justiça foi um presente que me foi concedido pelo diretor Fernando Matos e que de certa forma se confunde com minha luta pessoal” afirma Phellipe.

Com o desejo de expandir horizontes, o artista decidiu se mudar para o Rio de Janeiro, em 2019. A nova fase trouxe desafios: longe da família e da estabilidade conquistada em Belém, Phellipe precisou se reinventar. Trabalhou como motorista de aplicativo enquanto buscava oportunidades no competitivo mercado audiovisual nacional, pelo menos era o que ele acreditava: que o topo seria atuar em uma grande produção nacional, mas o destino lhe reservara algo além.

Em 2024 veio a consagração: Phellipe Marques foi selecionado para integrar o elenco de apoio da série internacional “Man On Fire”, produção baseada na mesma obra que deu origem ao filme CHAMAS DA VINGANÇA (em português) de 2004, protagonizado por Denzel Washington e Dakota Fanning. A obra baseada nos livros de A.J. Quinnell acompanha a saga de John Creasy, um ex-agente das forças especiais atormentado pelo passado que se torna guarda-costas de uma menina e desenvolve com ela uma forte relação afetiva.

“As gravações foram realizadas no México. Foi o meu primeiro contrato internacional, uma experiência inesquecível. Trabalhei com profissionais que até então pareciam intocáveis para mim, atores brasileiros renomados e com a alta cúpula do cinema americano”, conta o ator emocionado. “Vivi dias marcantes e refletia sobre toda luta empreendida até então. No hotel, um dos melhores da Cidade do México, demorei para dormir saboreando cada momento daquela conquista”, comenta.

De Belém aos estúdios internacionais, Phellipe Marques representa uma geração de artistas que acreditam no poder da arte como instrumento de transformação. “Valeu a pena arriscar, deixar tudo para trás e seguir meu instinto. O artista é movido por desafios — e cada um deles me trouxe até aqui”, reflete.

Hoje, entre novos projetos e o reconhecimento que vem conquistando, Phellipe segue trilhando um caminho que começou como um escape emocional e se transformou em vocação, inspiração e exemplo de coragem.

“Gostaria de deixar uma palavra de incentivo aos inúmeros talentos da nossa cidade: nunca permitam que alguém dite o que será ou não real em sua vida e carreira. Acreditem sempre nos seus sonhos e mantenham o foco e a disciplina! Não tem como dar errado! Eu vivi um sonho que jamais imaginei viver e por isso digo para não se limitarem! A causa da vitória ou derrota está no coração, na determinação fraca ou forte de cada pessoa!”