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Comida é resistência: guia mapeia sabores de Belém e debate clima, periferia e ancestralidade

A crise climática afeta diretamente a produção de alimentos e o acesso à comida. Não é possível falar em justiça climática ignorando quem planta, pesca, colhe e cozinha. Garantir justiça alimentar significa questionar modos de produção devastadores e reconhecer e valorizar os saberes e modos de produção tradicionais, assegurando acesso digno e sustentável à alimentação, protegendo territórios que sustentam a vida. Sem isso, qualquer agenda climática será incompleta e injusta.

Muito prazer, sou o Prato Firmeza Amazônia – raízes da culinária tradicional brasileira, um produto da Énois, um laboratório de comunicação que apoia coletivos nascentes das periferias para fortalecer o bem viver por meio da comunicação comunitária.

Te convido para um novo olhar sobre clima e alimentação no Pará, em Belém, na Amazônia. Trago esses temas e muito mais:

Culinária indígena como solução climática: alimentos e técnicas ancestrais são reconhecidos pela FAO como sistemas resilientes, que mantêm a floresta em pé e preservam a biodiversidade e isso está nítido nos conteúdos produzidos dentro dos territórios indígenas e nas áreas urbanas.


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Impactos da crise climática em restaurantes periféricos: mostro uma outra perspectiva sobre empreendedores populares que relatam dificuldades com alta de preços, escassez de insumos e eventos extremos como cheias e secas, um reflexo claro da crise ambiental global.



A alimentação e a COP30: trago um horizonte decisivo na mitigação da crise climática, que vem sendo pouco debatido nos diálogos da COP30. Além de mostrar claramente como o alimento ancestral e típico da Amazônia é um aliado na luta contra a extinção do planeta, já que, estudos do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) do Observatório do Clima mostram que 75% das emissões de gases no Brasil vêm de sistemas alimentares predatórios, enquanto a produção comunitária mostra que outro caminho sustentável é possível, porém ainda invisibilizado e excluído, como foi o caso recente da proibição da entrada do tucupi, maniçoba e açaí nos espaços da COP, em Belém.

Histórias de Belém/Pará que ganham destaque no guia:

Onde a comida é feita com muito carinho e sabor caseiro – No meio da Vila da Barca, em Belém, o Calmaria da Amélia é ponto certo para quem busca comida farta, caseira e cheia de amor. Um local onde o empreendedorismo se faz com o coração e enfrenta os reflexos da crise socioambiental no dia a dia.



Sabores da terra servidos no coração de um bosque – Rodeado de uma área verde em Belém, Delícias do Bosque resgata receitas ancestrais e serve pratos cheios de história e sabor.



A força de um empreendimento culinário nas periferias de Belém – Na capital paraense, o restaurante As Negonas mostra como o alimento pode ser também ferramenta de transformação social e afirmação de identidade e sobretudo de combate ao racismo, pois comer também é um ato político.



A história de uma vida temperada por raízes, memórias e resistência – Criada na roça, filha de quilombolas e apaixonada pela natureza, Ana Maria Batista transformou sua vivência no Marajó em tempero e tradição que hoje alimentam Belém com memória, afeto e sustentabilidade.



Resistência quilombola, desafios ambientais e a preservação da agricultura familiar – Na comunidade quilombola de Abacatal, a luta pela preservação do patrimônio, pela educação de qualidade e pelo acesso a direitos se conecta à resistência da agricultura familiar, que ainda enfrenta desafios impostos pela crise climática e pela pandemia.



Alimentar é preservar– Na aldeia Aminã, no coração do rio Arapiuns, no município de Santarém, a comida tradicional fortalece a saúde, a cultura e a resistência do povo diante das mudanças climáticas.

"E é nesse contexto que a Amazônia tem a chance de saltar do estereótipo do exótico, do folclórico, da ‘comida diferente’, para uma posição de protagonismo global. Afinal, enquanto o mundo discute como alimentar populações de forma sustentável e regenerativa, a resposta já vem sendo praticada há séculos pelos povos indígenas e pelas comunidades tradicionais da Amazônia."

— Thiago Castanho, Chef, cozinheiro paraense e pesquisador da culinária amazônica.

Conheça mais sobre a minha história:

Eu, o Prato Firmeza, nasci em 2016 quando a Énois ainda era uma escola de jornalismo dedicada à formação de jovens comunicadores e cresci junto com a organização, me tornando uma plataforma que conecta comunicação e alimentação nas favelas e periferias do Brasil, gerando renda e fortalecendo iniciativas de comunicação locais e a construção de territórios mais saudáveis.

"O Prato Firmeza nasceu valorizando a comida de quebrada, feita por produtores locais – o cachorro-quente, o hambúrguer e as comidas de rua. E, ao longo dos anos, foi se transformando. Hoje, ele ocupa um lugar que discute direito à alimentação, soberania alimentar, cultura alimentar e a urgência de pensar quais são os pratos que estão e vão adiar o fim do mundo. A Énois já distribuiu mais de 20 mil livros impressos e contabiliza milhares de downloads online, impactando direta e indiretamente cerca de 2 milhões de pessoas."

— Amanda Rahra, fundadora e diretora de operações da Énois

Eu também já gerei mais de 1 mil empregos por meio de eventos, distribuições e formações presenciais e online, além de ampliação dos restaurantes e fortalecimento dos empreendedores periféricos. Assim, tenho cumprido meu propósito e da Énois, que acredita que a informação pode fazer a diferença na vida de uma comunidade, fortalecendo organizações de comunicação nas periferias de todos os estados do Brasil, garantindo acesso a informações essenciais sobre educação, saúde, segurança e justiça. Valorizando os saberes locais e conectando comunidades para ampliar seu acesso a oportunidades e direitos.

Espero que você me leia nesta nova edição e que possamos juntos levar informação, conscientização e oportunidades para milhares de pessoas.


O Prato Firmeza Amazônia: raízes da culinária tradicional brasileira é um projeto realizado pela Énois e pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Patrocínio do Assaí e da RD Saúde. Apoio da WWF, Instituto Clima e Sociedade e Instituto Ibirapitanga. Tem acessibilidade de Amanda LeLibras, tradução indígena pela Coordenação de Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), e tem como parcerias de produção: Pavulagem, Puxirum do Bem Viver e Tapajós de Fato.

Disponível para imprensa:

Livro disponível em português e inglês: Edições – Prato Firmeza

 
 
 

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