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Cravo Carbono marca volta aos palcos com show na Casa Apoena neste domingo (17)

Canções essenciais do grupo musical paraense Cravo Carbono abrem no próximo domingo (17/9), na Casa Apoena (Rua São Boaventura, 171, entre avenida Tamandaré e travessa Alenquer, Cidade Velha), a temporada de shows que marca a retomada da banda de Belém, após 15 anos fora dos palcos.

O show conta com a formação original do grupo, após ensaios abertos que, desde junho de 2023, vêm firmando o reencontro do baterista Vovô, do baixista e guitarrista Bruno Rabelo, do vocalista e letrista Lázaro Magalhães e do guitarrista Pio Lobato. A banda agora passa a percorrer casas noturnas da capital, mirando também festivais nacionais e fora do Brasil.



No bairro que deu origem à banda de Belém, o Cravo Carbono leva à Casa Apoena um passeio por algumas das mais importantes composições dos álbuns "Peixe Vivo" (2001) e "Córtex" (2007), que marcam a trajetória do grupo e dos vários projetos paralelos de seus integrantes - todos com contribuições importantes para cena musical paraense, e que também ecoam até hoje para o reconhecimento da música de Belém no Brasil e no exterior.

De quebra, o grupo também já prepara campo para novidades que chegarão em 2024, com lançamentos e repertório que agrega composições novas, que já começam a surgir na retomada da banda, e ainda rearranjos que revisitam a gaveta de músicas ainda inéditas, além de projetos para registros documentais relacionados à história do Cravo Carbono.

Fotos: Carol Cardias Cravo Carbono

Formado por Lázaro Magalhães (letras, vocais), Pio Lobato (guitarra), Bruno Rabelo (baixo e guitarra) e Vovô (bateria), o grupo paraense Cravo Carbono surgiu em 1996, se desfez em 2008, e retoma em 2023 suas atividades - com todos os integrantes da formação original. Apesar do formato básico (guitarra, contrabaixo, bateria e voz), o trabalho do grupo deixou alguns legados para a cena local - em franco flerte com sons locais e planetários e numa carreira marcada pela guerrilha cultural em busca do reconhecimento de gêneros como as guitarradas, o brega e o carimbó, apesar das suas opiniões pouco convencionais sobre o regionalismo e a identidade musical no Brasil.

Após o CD e K7 “Mundo-Açu” (1999), demo que marcou o primeiro registro da banda, o grupo lançou ainda em 2001 seu primeiro álbum independente, "Peixe Vivo", gravado ao vivo nos estúdios da Rádio Cultura FM, de Belém, e prensado pelo selo Ná Records, de Ná Fiqueredo. Em 2007, lançou "Córtex", também pelo mesmo selo. Fortemente assentada sobre o livre território da música brasileira, a banda firmou composições com poucos rótulos colados ao seu trabalho, aliando poesia a ritmos e guitarras de sotaque peculiar (a forma de se tocar as guitarradas, a exemplo, é uma das duas únicas maneiras mais originais de execução em guitarra elétrica no Brasil, ao lado da guitarra baiana).

Festivais

A banda fez seu último show nacional em 2008, em Brasília (DF), como selecionada para compor a oitava edição do festival Móveis Convida, no Centro Comunitário da UnB, onde tocou ao lado de Móveis Coloniais de Acaju, Bois de Gerião e Pato Fu. Antes, havia ganho o Prêmio Uirapuru de Música Brasileira, dado pela revista gaúcha O Dilúvio na categoria Melhor Banda de 2007.

Naquele mesmo ano, já havia entrado para na lista dos novos nomes da música brasileira citados pela terceira edição da publicação "The Brazilian Sound: Samba, Bossa Nova and the Popular Music of Brazil", de Chris McGowan, pesquisador da Temple University (EUA) e ex-colunista da revista norte-americana Billboard.

O grupo foi destaque também na edição 2007 do festival Calango, organizado em Cuiabá (MT) pelo coletivo Espaço Cubo. Em 2002 o Cravo Carbono esteve também entre os artistas selecionados para o festival norte-americano South by Southwest (SXSW), na cidade de Austin, Texas - mas não viajou por falta de patrocínio.

Em 2001, o Cravo já havia integrado o festival pop alternativo Rec Beat, de Recife (PE), e também se apresentou em São Paulo, no Centro Itaú Cultural, entre atrações selecionadas para a mostra nacional do projeto Rumos Itaú Cultural Música - Tendências e Vertentes. A banda também foi atração da edição 2001 do Mercado Cultural Latino-Americano, em Salvador, Bahia, ao lado de 1.500 artistas e 600 promotores culturais e organizadores de festivais de música da América Latina, África, Europa e Estados Unidos.

A carreira independente, porém, começou a despontar ainda em 2000, quando o Cravo Carbono foi incluído no mapeamento musical do antropólogo brasileiro Hermano Vianna para o documentário Música do Brasil, exibido na MTV Brasil e Rede Cultura de Televisão.

Considerado um dos principais responsáveis pela retomada nacional das guitarradas - gênero instrumental popular na região Norte do Brasil, concebido pelo velho guitarrista Vieira de Barcarena -, o grupo também flertou com o cinema. Em 2003, o guitarrista da banda, Pio Lobato, teve seu trabalho solo incluído na trilha do filme "Deus é Brasileiro", de Cacá Diegues. Em 2002, o Cravo Carbono cedeu músicas para o documentário "Vaidade", do carioca Fabiano Maciel. O grupo figura também com a música “Marx Marex” na trilha do longa “Para Ter Onde Ir” (2015), da paraense Jorane Castro.

O álbum "Córtex"

Abraçando diversas vertentes, do samba às guitarradas, passando pelo maculelê, pela marcha, pelo carimbó e pelas sonoridades do rock, funk e até do tecnobrega, Córtex foi produzido entre 2003 e 2007. A produção independente, gravada com patrocínio da Fundação Cultural Y. Yamada, através da Lei Tó Teixeira de Incentivo Cultural Municipal, é o registro de uma longa experimentação da banda com computadores caseiros. Durante a produção das faixas, apenas vozes, percussão e baterias foram registradas no estúdio APCE, em Belém. Todas as guitarras e contrabaixos do álbum foram gravadas com a ajuda de PCs. Um dos resultados são as diversas camadas sonoras dispostas ao longo das 14 composições inéditas que o disco reúne. São elas: "Canção à Prova D´Água"; "A Marcha"; "Café BR"; "Alto do Bode"; "Vale Quanto Pesa"; "Brasileiros Invadem o Mundo da Moda"; "Marx Marex"; "Arraial"; "Espaço prá Passear"; "Miss Clima"; "Supernada"; "Aplausos de Auditório"; e "Linha Reta".

O disco "Peixe Vivo"

O primeiro disco do grupo é um registro ao vivo, em uma única sessão no estúdio Edgar Proença, da Rádio Cultura FM - pelo projeto Container, do programa Balanço do Rock. Considerado o mais importante disco da banda, inclui canções importantes do grupo, como "Mestre Vieira", "Mundo-Açu", "Ver-o-Peso", "Mercúrio", "Capoeira Geográfica", "Rasante", "Andarilho", "São Cristóvão", "Conselho Barato" e também os primeiros registros para as composições "Recado para Lúcio Maia" e "Psicocumbia", que já despontavam para carreira solo do guitarrista Pio Lobato.

Assim como o baterista Vovô, Pio Lobato tem também trabalho solo com discos reconhecidos pela crítica. Os dois também têm atuações marcantes para carreiras como a de Mestre Vieira de Barcarena, Aldo Sena e Curica (Mestres da Guitarrada). E também, mais recentemente, para o reconhecimento de Dona Onete. Todos os arranjos feitos por Pio Lobato para o trabalho de Onete derivam também de arranjos de bateria, onde Vovô implementa ritmos e pesquisas, inclusive sobre o próprio ritmo do banguê. Além da participação no Cravo, o guitarrista Bruno Rabelo fundou a banda Cais Virado e também tem participação no coletivo Clube da Guitarrada, que reúne nomes de peso do gênero em Belém.

Em "Peixe Vivo", o rock brasileiro da banda Cravo Carbono já flertava francamente com a guitarrada, o brega, o boi bumbá, o carimbó e outros gêneros e ritmos brasileiros.



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CRAVO CARBONO NA CASA APOENA

Quando: dia 17 de setembro, domingo. Onde: Casa Apoena, na rua São Boaventura, 171, entre avenida Tamandaré e travessa Alenquer, na Cidade Velha, Belém (PA). Abertura da casa: 17h | Show: 20h Ingressos: antecipado por R$ 15. Na hora: R$ 25


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