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Dia do Carimbó é celebrada em 26 de agosto e ecoa nos palcos de festivais nacionais

No dia 26 de agosto, o Brasil celebra o Dia do Carimbó, data que homenageia o nascimento de Mestre Verequete, considerado o “Rei do Carimbó” e um dos maiores nomes da música popular amazônica. Desde 2014, o ritmo é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil pelo Iphan, um marco que reforça a importância da tradição afro-indígena paraense que segue se reinventando a cada geração.


É nesse contexto que o Festival Psica, realizado em Belém, reforça o papel do gênero como parte essencial da música pan-amazônica. Nesta edição, o destaque vai para o Toró Açu, coletivo originário do território quilombola de Abacatal, em Ananindeua (PA), que mistura carimbó, guitarrada e ritmos afro-brasileiros em uma estética urbana e experimental. Em um encontro inédito, o grupo se apresenta ao lado da Batucada Misteriosa, formada por jovens da periferia de Icoaraci, que exploram a potência da percussão em diálogos com batuques afro-amazônicos, sanfona e ritmos latinos. Juntos, representam a vitalidade do carimbó dentro de uma cena plural, que conecta tradição, periferia e inovação musical.


Foto: Duda Santana
Foto: Duda Santana

“A ideia desse encontro no Psica nasceu da certeza de que o carimbó precisa estar presente nos nossos line-ups. É uma forma de valorizar e reconhecer uma das expressões culturais mais importantes da nossa cidade. O Psica não existiria se não abrisse espaço para o carimbó. Hoje, o festival é um palco de alcance nacional, e abrir esses slots é essencial para que novos artistas, jovens que tocam carimbó, tenham visibilidade. É assim que nossa cultura ganha força e ecoa em todo o Brasil”, afirma Gerson Dias, sócio-fundador do Psica.


"A Batucada Misteriosa surgiu em 11 de dezembro de 2016, no espaço cultural Coisas de Negro, e fomos abençoados naquele dia pelo nosso mestre Nego Ray. Carregamos o título de conjunto mais jovem do nosso distrito, mas não o de mais novo, porque depois de nós outros grupos também surgiram. Cada um traz sua linguagem, sua poética, e a nossa é essa... essa paixão como sujeitos de Icoaraci, respirando o carimbó urbano", conta Yuri Moreno, que faz parte do conjunto musical.


Mestre Nego Ray é um dos grandes guardiões do carimbó no Pará, especialmente em Icoaraci, onde sua atuação se tornou referência. Reconhecido como líder comunitário e formador cultural, ele criou espaços de acolhimento e troca, como o Coisas de Negro, que se transformou em um verdadeiro berço de novos grupos e manifestações.


Mais do que memória, o carimbó se consolidou como identidade e pertencimento. Antes associado principalmente ao turismo e às apresentações folclóricas, hoje ocupa ruas, praças, casas culturais e palcos de grandes festivais, representando um movimento urbano, periférico e contemporâneo.


O carimbó é uma das manifestações culturais mais emblemáticas do Pará. Nascido do encontro de matrizes afro-indígenas e populares que moldaram a identidade da região, vai além da música e da dança: é também linguagem que expressa território, comunidade e pertencimento, conectando gerações e dando voz ao espírito da Amazônia. Celebrar o Dia do Carimbó é reafirmar sua força como símbolo de memória, resistência e reinvenção, presente tanto nas tradições, quanto nas novas expressões da cena urbana paraense.


"O Toró Açu nasceu como uma comunidade de resistência. Nossa música é a voz do lugar onde vivemos e da luta dos mais velhos que abriram caminho antes de nós. Cada composição é também uma memória coletiva, uma forma de manter viva a história do nosso território e afirmar nossa identidade no carimbó.", comenta Dawidh Maia, integrante da banda.


Esse é outro aspecto importante do carimbó, comentado por Toró Açu: a maneira como as letras das músicas costumam localizar sua origem. É comum que as canções façam referência direta a lugares, pessoas ou acontecimentos específicos, o que reforça a relação do gênero com o território e com a memória coletiva da Amazônia.

Segundo o pesquisador Givly Simons, em entrevista ao programa “Dissonantes”, apresentado pelo jornalista André Barcinski na Rádio Cultura Brasil, essa característica é uma de suas marcas, cada composição carrega uma história que remete a um espaço, uma comunidade ou uma figura da região.


Serviço

Festival Psica 2025 


O Retorno da Dourada, dias 12, 13 e 14 de dezembro, na Cidade Velha e do Mangueirão, em Belém.

Passaporte Psica à venda aqui: https://www.ingresse.com/festival-psica-2025/

R$125,00 meia*

R$170,00 solidária**

R$250,00 inteira

(*estudantes e professores | **mediante entrega de 1kg de alimento não perecível na portaria do evento)

Redes sociais do Psica: PSICA (@festivalpsica) • Fotos e vídeos do Instagram

 
 
 

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