O documentário "Curandeiras" chega às telas de Belém e região, trazendo à luz as histórias e práticas de cura de três mulheres notáveis da Amazônia paraense. Com exibições agendadas para os dias 12, 13 e 15 de dezembro, esta obra promete provocar reflexões sobre a riqueza cultural e espiritual da nossa terra.
"Curandeiras" faz uma imersão nas práticas de cura que desafiam as convenções. Wlad Lima, Mãe Rita D'Oxum e Tereza Tupinambá compartilham suas histórias de vida e a sabedoria ancestral que preservam com tanto cuidado. O filme revela essas mulheres como guardiãs de conhecimentos vitais, em um retrato sensível e envolvente.
"Curandeiras" é um curta-documentário que foca nos caminhos escolhidos por estas mulheres que dedicam suas vidas ao ato de cuidar. O filme revela suas trajetórias de vida, os desafios enfrentados enquanto mulheres que atuam na cura em uma sociedade ainda machista, e como se fortalecem através da contribuição e apoio de outras mulheres em suas vidas. É uma narrativa política e poética que evidencia a força e a resiliência dessas curandeiras, seja no contexto urbano ou na floresta.
"Ao ser convidada para realizar 'Curandeiras', meu objetivo foi ouvir essas mulheres com máxima atenção, capturando suas personalidades de forma que isso fosse impresso no filme. Encontrei mulheres que me inspiraram profundamente e espero que o público, ao assistir, possa sentir o que eu senti ao percorrer seus territórios e vivenciar suas práticas de cura. Elas têm suas vozes, e meu papel foi o de respeitar e amplificar suas experiências", afirma Raissa Araujo, diretora do filme.
A produção, o roteiro e o argumento ficaram a cargo de Ana Marceliano que conta que “Desde o primeiro momento o intuito do filme foi dar ao espectador a esperança de que os saberes e práticas ancestrais de cura da região amazônica não estão se apagando, esse conhecimento está sendo zelado e até mesmo reinventado na contemporaneidade por estas mulheres que se doam a esta vocação.”
Neste momento de crises climáticas, sociais e culturais, "Curandeiras" se destaca como uma importante ação de resistência e conscientização. O filme nos convida a refletir sobre a urgência de preservar nossos saberes característicos da região, fundamentais para a saúde e o bem-estar das comunidades amazônicas.
A obra é fruto da Lei Paulo Gustavo, 2023, via edital de audiovisual da Secretaria de Cultura do Estado do Pará. Além das exibições haverá bate-papo ao final sobre a obra. O filme será exibido sempre com legendas descritivas, como recurso de acessibilidade ao público surdo, e o bate-papo ao final será traduzido por profissional intérprete de Libras.
As exibições de "Curandeiras" são uma oportunidade única de se conectar com a sabedoria ancestral que essas mulheres tão singulares preservam com tanto cuidado. Um convite para compreendermos como podemos entrelaçar nossas vidas com a natureza, a espiritualidade e a arte, e entender a importância de ouvir as vozes que tanto são silenciadas.
Serviço: Exibição + Bate papo
12 de dezembro - Teatro Cuíra, Cidade Velha, Belém, às 20h
13 de dezembro - Chão de Tupinambá, Ilha de Colares, às 20h
15 de dezembro - Teatro Municipal de Ananindeua, às 11h
Entrada gratuita.
Créditos fotografia: Liliane Moreira e Rodrigo Correia
Sobre a Diretora: Raissa Araujo é cineasta, designer, atriz e pesquisadora. Mestra em Meios e Processos Audiovisuais pela USP, graduada em Jornalismo pela UNAMA, ela se dedica a contar histórias que celebram a cultura e a identidade, sempre com uma abordagem sensível e respeitosa.
Sobre a Produtora: Ana Marceliano é atriz, cantora, diretora e produtora, atualmente mestranda em Artes pela UFPA. Com uma sólida formação em Teatro e Arteterapia, tem um extenso currículo de trabalhos artísticos no audiovisual, teatro e música, buscando sempre valorizar a cultura regional e as vozes femininas.
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