top of page

Exposição "Impressões da Floresta" une Arte, Ciência e Sustentabilidade em Belém

No dia 08 de novembro, o Parque Zoobotânico do Museu Emílio Goeldi será palco de uma experiência única que mescla arte, ciência e conscientização ambiental: a abertura da exposição Impressões da Floresta. Idealizada pelas artistas plásticas Ana Leal e Laura Calhoun, a instalação apresenta uma série de tecidos estampados com impressões botânicas que revelam a biodiversidade da Floresta Nacional de Caxiuanã, na Ilha de Marajó, e estimulam o público a refletir sobre a importância da preservação da Amazônia.


ree

Com o objetivo de sensibilizar sobre a riqueza natural e cultural da região, a exposição traz a união entre o trabalho artístico e o conhecimento científico, em uma imersão poética e educativa no universo da flora amazônica. O projeto se destaca não apenas pela estética, mas também pela sua proposta socioambiental, envolvendo comunidades locais no processo de coleta e reconhecimento das plantas da região de Melgaço, no Pará. As folhas coletadas foram transformadas em estampas botânicas que, ao serem impressas sobre tecidos, se tornaram verdadeiros estandartes da floresta.


Em um contexto global de discussões sobre as mudanças climáticas, a instalação Impressões da Floresta ganha relevância ainda maior, já que Belém recebe, na mesma semana, a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas. A exposição convida os visitantes a uma reflexão profunda sobre a relação do ser humano com a natureza e a urgência em preservar os ecossistemas que sustentam a vida no planeta.


"Impressões" são, para as artistas, uma tradução sensível da nossa conexão com o ambiente, captando não apenas a imagem, mas a essência das plantas e das comunidades que delas dependem. Para Ana Leal e Laurie Calhoun, a arte pode ser uma ferramenta poderosa na luta pela preservação ambiental e pelo fortalecimento do saber tradicional dos povos da Amazônia.


ree

Nova etapa - O projeto teve início em 2020 com uma residência artística no Parque Zoobotânico, em parceria com o Museu Goeldi. Desde então, promove oficinas, exposições e intercâmbios com artesãos e comunidades ribeirinhas da região Norte, estimulando práticas sustentáveis e a preservação da floresta.

Nessa nova etapa de pesquisa e experimentação, realizada entre maio e dezembro de 2025, a iniciativa volta a unir arte e biodiversidade amazônica por meio da impressão botânica, técnica que utiliza pigmentos naturais de folhas, flores e raízes para criar obras únicas em papel e tecido.

Os resultados desta nova fase vão ficar expostos numa construção histórica, datada de 1901, conhecida como Castelinho, durante a Conferência do Clima (COP 3), no próprio parque zoobotânico, reforçando o papel da arte como instrumento de consciência ambiental e valorização cultural da Amazônia.


COMUNIDADES RIBEIRINHAS E AS OFICINAS - O projeto foi concebido a partir de três eixos: a pesquisa, as oficinas e a exposição — elementos que se retroalimentam e fortalecem mutuamente a partir do território e das relações ali estabelecidas.

O contato com os moradores locais começou junto com as primeiras experiências de coletas. As buscas pelas folhas viabilizaram o encontro com as pessoas, que trouxeram mais folhas, amplificando a experiência. “Nessa troca um lindo e vibrante grupo se formou, interessado em aprender sobre as plantas tintórias, as cores da floresta – um pouco mais sobre a vegetação local e o modo como a vida se entrelaça entre humanos e não humanos. Reforçando mutuamente a importância de manter e preservar a floresta”, revela a Ana Leal. 


ree

Foram realizadas duas oficinas de impressão botânica: uma na comunidade da Pedreira, com participação de alunos da Escola Fazenda Laranjal e outra nas dependências da Estação Científica Ferreira Penna, reunindo moradores das comunidades de Laranjal e São Sebastião de Caxiuanã. Ao todo, 50 pessoas, entre crianças e adultos — verdadeiros guardiões da floresta — participaram das atividades.

“Foram dias de coletas, conversas, experimentações e descobertas. A técnica despertava encantamento, e a cada folha revelada, um novo aprendizado. Sonhos coletivos começaram a ser tecidos: o desejo de continuar as práticas nas escolas e desenvolver produtos junto às mulheres locais foi um retorno espontâneo e inspirador”, conta Laura Calhoun.



Sobre as Artistas:

  • Ana Leal é artista e pesquisadora graduada em Ciências Sociais e Antropologia da Arte. Seu trabalho, focado em técnicas de impressão botânica e tingimentos naturais, explora as relações entre arte e natureza, promovendo a valorização dos saberes tradicionais.

  • Laura Calhoun é uma artista estadunidense, natural de Los Angeles, que reside em Belém. Artista visual renomada, é conhecida por sua técnica de tingimento natural e impressão botânica. Seu trabalho está profundamente enraizado na floresta amazônica, onde desenvolve projetos de arte sustentável e educação ambiental.

A exposição estará aberta ao público a partir do dia  8 de novembro, às 11h,  e poderá ser visitada até 30 de novembro, no Parque Zoobotânico do Museu Emílio Goeldi, na Av. Magalhães Barata, em Belém.




Serviço:

  • Abertura: 08 de novembro de 2025, às 11h.

  • Local: Castelinho,  Parque Zoobotânico do Museu Goeldi, Av. Magalhães Barata, Belém, PA.


 
 
 

Comentários


bottom of page