Felipe Cordeiro prova que a alegria é revolucionária em imersão autêntica pela cultura amazônica de festa no The Town (14)
- blognewschristian
- 9 de set.
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Pioneiro na fusão de estilos populares amazônicos com a vanguarda pop e um dos maiores nomes da música do norte do país, Felipe Cordeiro comemora 20 anos de carreira em show dia 14 de setembro no palco Factory do festival The Town. Sua sonoridade, definida como Pop Tropical, traz influências da guitarrada, carimbó, cúmbia e música eletrônica. O cantor, guitarrista, compositor e filósofo paraense leva ao festival uma imersão autêntica pelo território político e estético da cultura e da festa amazônica. Um show explosivo que celebra, exalta e atualiza a música do Norte do país.

No palco, Felipe (voz e guitarra) estará acompanhado por Franci Oliver (percussão), Marcelino (percussão), Padoca (baixo, synth bass e beat) e seu pai Manoel Cordeiro (guitarra), que acaba de ter sua obra musical declarada como Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado do Pará, e de um balé composto pelos dançarinos paraenses Niltolas, Rafa Militão, Barral e Nara Rosa.
Na faixa título de seu mais recente álbum “Close, Drama, Revolução e Putaria”, o quarto de sua discografia, chama todo mundo pra se jogar na festa, na vida, no prazer. Uma música carregada de hedonismo como experiência final da nossa existência aqui. “Percebo que existe essa tendência: a revolução passa a ser uma perspectiva de autoafirmação. Você vai para uma festa com a sua identidade, com a sua força, com a sua roupa, seu comportamento, seu discurso, sua prática, e naquela festa, naquele ambiente, você faz a sua revolução do tamanho que você pode”, observa e convida nosso festivo e questionador cicerone.
Entre os versos da música, entoa “o mundo é marcante e o rock não vai parar se depender de mim e o do estado do Pará”. Ainda sobre diversão, a letra da irresistível “Linha Cruzada” é uma crônica de baile, como Felipe gosta de chamar, e conta uma historinha dos acontecimentos da festa.
Alcançando o ápice da temática, “Muita Onda” explode, ainda na categoria crônica de baile, falando de um encontro numa festa de aparelhagem e exaltando a cultura do norte do Brasil. Na faixa, a tradição tecnobrega brilha num remix bombástico de Will Love, DJ e produtor musical da banda Gang do Eletro e produtor solo com artistas como Pabllo Vittar.

Duas faixas com o poder de provar como a alegria é absolutamente revolucionária. Firme na exaltação do lado revolucionário da força, o Zouk Love “Eu Quero é Mais”, feat com Zaynara no álbum, num ritmo bem lento e sensual, fala de quando duas pessoas se encontram num nível profundo de conexão e existe uma revolução na vida delas e em tudo que tem ao redor.
Uma música sobre o encantamento transformador que faz menção a duas músicas: “Lua Luar”, do mestre Lucindo, compositor de carimbó, e “Pra Não Dizer Que Não Falei de Flores”, de Geraldo Vandré, no refrão, “Se em algumas regiões do Brasil você tem um déficit de brasilidade, no norte do Brasil, eu diria que a gente tem um excesso de brasilidade, que é um trecho da América Latina.”, conclui sobre a vigorosa experiência. E conclui: “Não haverá música popular brasileira no século XXl sem considerar a música da Amazônia.”
Sobre Felipe Cordeiro
Um dos maiores nomes da música da Amazônia, o cantor, compositor, produtor e filósofo paraense Felipe Cordeiro é pioneiro na fusão de estilos populares amazônicos com a vanguarda pop. Sua sonoridade, definida como Pop Tropical, traz influências da guitarrada, carimbó, cúmbia e música eletrônica. Felipe tem quatro discos lançados: “Kitsch Pop Cult” (2011), produzido por André Abujamra; “Se Apaixone pela Loucura do Seu Amor” (2013), com produção de Kassin e Carlos Eduardo Miranda; “Transpyra” (2019), produzido por Kassin e Felipe Cordeiro; e “Close, Drama, Revolução e Putaria” (2024), produzido pelo artista.
Em 2022, “De Amor, Amor”, feat. com Chico César, ganhou o Prêmio da Música Brasileira de melhor canção do ano. Com Arnaldo Antunes compôs “Ela É Tarja Preta”. Já a música “Problema Seu” foi eleita pela revista Rolling Stone Brasil a melhor canção de 2013 e, em 2020, entrou na trilha sonora da série "HARD" (HBO). Felipe tem parcerias com Dona Onete, Chico César, Otto, Gaby Amarantos e com seu pai, o guitarrista Manoel Cordeiro. Realizou cinco turnês na Europa, com apresentação no tradicional Festival de Roskilde, na Dinamarca.
O DVD “Brea Époque (2017), dirigido pelo jornalista Vladimir Cunha, apresenta um show ao vivo de Felipe em Belém do Pará e documenta a relação do músico com a capital paraense e a cena atual da música brasileira, com participações de Tulipa Ruiz, Kassin, Siba e Manoel Cordeiro.


















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