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Festival Psica é reconhecido como patrimônio cultural imaterial de Belém pela Câmara Municipal

O Festival Psica deu um passo histórico rumo ao reconhecimento de sua importância para a cultura amazônica. A Câmara Municipal de Belém aprovou por unanimidade, na quarta-feira (3), o projeto de lei que declara o festival como Patrimônio Cultural Imaterial do Município. A proposta segue agora para sanção do prefeito Igor Normando. A conquista ocorre em um momento emblemático: este ano, o Psica tornou-se Instituto e inaugurou sua sede permanente, a Casa Dourada, primeiro centro cultural do projeto, ampliando sua atuação para além dos palcos.


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Para a vereadora Marinor Brito (PSOL), autora da proposta, o Psica simboliza a força criativa que brota das feiras, das periferias e das juventudes amazônicas. “O Psica nasce da feira, da periferia, da criatividade amazônica, que nunca precisou de aval do centro para existir. É fruto da juventude preta, indígena, periférica, LGBTQIAPN+, que transformou o improviso em política cultural de alcance internacional. Hoje reconhecemos um festival decolonial na essência, que coloca a Amazônia no centro, gera trabalho, movimenta a economia criativa e afirma nossas identidades”, afirma. Ela reforça que o festival se consolidou como movimento cultural capaz de combater desigualdades e fortalecer pertencimento: “O Psica é referência nacional em inclusão, acessibilidade e sustentabilidade. Celebramos uma cultura viva, diversa e insurgente.”

Em 2025, o festival retorna com o tema “O Retorno da Dourada”, trazendo mais de 70 atrações, entre elas Dona Onete, Martinho da Vila, Marina Sena, Jorge Aragão e artistas emergentes da Pan-Amazônia. O evento ocorrerá nos dias 12, 13 e 14 de dezembro, na Cidade Velha e no Estádio Mangueirão, em Belém.



À frente do festival estão os irmãos paraenses Jeft Dias e Gerson Júnior, dois dos produtores culturais periféricos mais influentes do país. Em 2023, ambos foram incluídos na PowerList 100, que reconhece as personalidades negras lusófonas mais importantes do ano. Eles cresceram na feira da Cidade Nova 4, onde ajudavam o pai na venda de CDs e DVDs e descobriram sua vocação. “Aquele ambiente cheio de sons e cores nos levou por esse caminho”, lembra Jeft. Gerson complementa: “A feira foi nossa escola. Dela veio o entendimento de que a música periférica é potente e diversa.” 

Impacto socioeconômico e ambiental

O que começou como um festival independente e underground transformou-se no maior festival do Norte do Brasil. Em 2024, o Psica reuniu mais de 100 mil pessoas em três noites, conectando a Cidade Velha ao Mangueirão. O festival gera cerca de 800 empregos diretos e 2 mil indiretos, movimentando gastronomia, audiovisual, moda, design, comunicação e micronegócios periféricos. As feiras internas somaram aproximadamente R$ 380 mil em faturamento na última edição. 

O Psica também lidera políticas de inclusão: foi o festival brasileiro que mais destinou ingressos a pessoas trans em 2024, com 1.078 ingressos distribuídos. O Instituto Psica registrou ainda 280 atendimentos a PCDs, 205 acompanhantes e atuação de mais de 40 profissionais especializados em acessibilidade. Na agenda ambiental, o festival recolheu 2.140 kg de resíduos recicláveis, distribuiu mais de 3.600 bituqueiras e ampliou cardápios de baixa emissão de CO₂. A Casa Dourada passou a concentrar debates, formações e iniciativas que conectam cultura, sustentabilidade e economia criativa amazônica.

“O Psica injeta recursos nas periferias, fortalece cadeias criativas e amplia oportunidades reais de renda”, afirma Jeft Dias. Para Gerson Júnior, o avanço do projeto de lei chega em sintonia com a nova fase do festival: “O Psica se tornou Instituto, abriu sua sede permanente e agora vê esse reconhecimento avançar no poder público. Isso nos dá ainda mais responsabilidade para seguir ampliando impacto, inclusão e sustentabilidade.”

Em 2025, o festival retorna com o tema “O Retorno da Dourada”, trazendo mais de 70 atrações, entre elas Dona Onete, Martinho da Vila, Marina Sena, Jorge Aragão e artistas emergentes da Pan-Amazônia. O evento ocorrerá nos dias 12, 13 e 14 de dezembro, na Cidade Velha e no Estádio Mangueirão, em Belém.

Serviço

Festival Psica 2025 – O Retorno da Dourada.


Onde: Cidade Velha e Estádio Mangueirão, Belém (PA).


Quando: 12, 13 e 14 de dezembro de 2025.


Ingressos: passaportes a partir de R$ 125 (meia), disponíveis na plataforma Ingresse.


Gratuidade: Lista TransFree e pessoas com deficiência.


Redes sociais: @festivalpsica.


Site oficial: festivalpsica.com.br.


Patrocínio master: Petrobras, via Lei de Incentivo à Cultura Rouanet.

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