Maior festival de música do Pará, Psica anuncia centro cultural permanente em Belém para pautar cultura e clima além da COP30
- blognewschristian
- 3 de out.
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Conhecido por apresentar ao Brasil a diversidade cultural da periferia do Norte, o Festival Psica já abriu palco para centenas de atrações de toda a Pan-Amazônia em Belém do Pará nos últimos 14 anos. Só em 2024, mobilizaram um público de mais de 100 mil pessoas. Agora, nesta sexta-feira, 2 de outubro, anunciam que terão presença na capital paraense o ano todo, com endereço fixo: a Casa Dourada, um casarão histórico transformando em espaço cultural para fortalecer as multivozes da Amazônia e seus povos no movimento que mostra que cultura e clima estão interligados.

“Desde que a COP foi anunciada em Belém, testemunhamos dezenas de organizações de fora abrindo suas ‘casas’ por aqui. Projetos pensados para COP e que terminam junto com ela. Pra gente, era mais importante criar um espaço que ficasse como legado para a região e que seguisse gerando esse movimento”, afirma Jeft Dias, diretor da Psica Produções.

Além disso, anuncia-se também o lançamento do Instituto Psica, organização criada na periferia da região metropolitana de Belém, que visa desenvolver iniciativas culturais e socioambientais que resgatam a identidade Pan-Amazônica. E como parte do primeiro ato do Instituto, vem a inauguração da Casa Dourada.
O projeto foi idealizado em parceria com a consultoria Impact Beyond e o apoio financeiro de fundações filantrópicas e outras marcas, tendo como propósito impactar 5 milhões de pessoas nos próximos 5 anos, provando que preservar a cultura ancestral é uma potente ferramenta para combater a crise no clima.
O legado e o futuro
Sede permanente do Instituto Psica, a Casa Dourada será inaugurada às vésperas da COP30, no marco zero de Belém. O espaço, em homenagem ao peixe que percorre o Rio Amazonas, terá capacidade para 1.280 pessoas por dia e público estimado de 5.660 visitantes durante as ativações da conferência.

Com patrocínio do Instituto HEINEKEN e apoio da Open Society Foundations e da World Climate Foundation, a Casa funcionará como hub cultural e socioambiental, com programação fixa de exposições, rodas de conversa, talks sobre juventude e justiça climática, pocket shows, performances, gastronomia amazônica e coworking para organizações da Pan-Amazônia.
“A Casa Dourada será mais do que um centro de conexões durante a COP30: será um ponto pulsante de articulação e troca. E, após a conferência, continuará ativa como espaço permanente de fortalecimento do setor cultural em Belém”, diz Iago Hairon, da Open Society.
“Unir clima e cultura é uma decisão estratégica. Precisamos de novas formas de aproximar pessoas da pauta climática, e a cultura é a porta de entrada. Quem é do Norte sabe que natureza e cultura são uma coisa só”, afirma Gerson Dias, diretor do Psica Produções.

Vânia Guil, Head do Instituto HEINEKEN afirma: “Projetos como a Casa Dourada não apenas valorizam as riquezas culturais da Amazônia, mas também impulsionam soluções criativas para os desafios globais. Apoiar uma iniciativa que transforma a cultura em um motor de impacto social e ambiental é uma maneira concreta de deixar um legado duradouro para a região e para o país”.
Nadando em outras correntes
“Nosso desejo é de que a Casa Dourada se firme como um farol cultural no coração da Amazônia, e também como um berço de soluções baseadas na cultura e na natureza, da sociobioeconomia e da inovação que parte da Amazônia pro mundo”, conta Flora Bitancourt, co-fundadora da Casa e líder da World Climate Foundation no Brasil.
Um exemplo disso é o movimento Psica Profissional, iniciativa que forma e insere novos talentos no universo da produção cultural. O projeto seleciona profissionais da periferia para atuar tanto no Festival Psica quanto em ações parceiras. Além disso, se mantém um programa de aceleração de iniciativas periféricas, por meio de chamadas abertas que permitem que artistas e coletivos submetam propostas culturais e recebam apoio para sua realização.

A atuação da Psica também é guiada pela sustentabilidade e pelo fortalecimento da economia criativa de povos tradicionais. Entre os projetos já realizados, destaca-se o Rio que Chove, que em 2023 revitalizou uma praça no bairro do Guamá, em Belém, levando arte, cultura e novas possibilidades para a comunidade periférica.
“Tem uma COP atravessando a Amazônia ancestral. É importante participarmos desse debate não só com festa, mas amplificando a sabedoria milenar dos povos. A Casa Dourada chega como essa encruzilhada de águas que confluem para Belém”, finaliza Jeft Dias.
Serviço
Lançamento Casa Dourada
Onde: Cidade Velha - Belém (PA)
Quando: Novembro


















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