Ao longo de 20 anos, o festival Se Rasgum procura colocar na mesa as discussões sobre a música e o mercado musical, que são a alma e razão de existir de um dos festivais mais longevos da Amazônia e do Brasil. A expertise reunida nas duas décadas de caminhada se transformaram no ALMA - Amazônia Legal Música & Arte que o Se Rasgum lança nesta edição, trazendo ações formativas, workshops, cursos e palestras - conferência que anteriormente atendia por Music On The Table. E após a estreia no Se Rasgum de 2024, o ALMA se transformará na primeira Conferência Internacional deste setor a ser realizada na Amazônia, no primeiro semestre de 2025. O ALMA acontece de 9 a 13 de setembro.

A consolidação do mercado da música em Belém e na Amazônia é uma das causas de festivais independentes, como o Se Rasgum, que trabalham ações de qualificação técnica, curadoria, formações para a música que acontece tanto em cima do palco como fora dele - e não só no período em que o festival em si acontece. Este é um trabalho, primariamente, de resistência e de recusa que o cenário dos festivais volte a se concentrar majoritariamente no eixo Sul e Sudeste.
O ALMA nasce também aproveitando o timing privilegiado de Belém, que chama cada vez mais atenção do mundo por sediar a COP 30. “Nossa região tem a efervescência na música e na cultura e é fonte de inspiração para vários artistas. A criação do ALMA como conferência internacional é mais um passo para mostrar que temos totais condições de desenvolver nosso mercado sediando eventos de todo tipo aqui. Belém já tem sido muito procurada desde o anúncio da COP, já se fala até em trazer festivais de fora para cá no ano que vem. Mas o que isso deixa de legado? Precisamos fortalecer quem faz cultura aqui durante os 365 dias do ano, não só em situações pontuais”, defende Renée Chalu, diretora executiva do Se Rasgum e idealizadora do ALMA.
A ideia, prossegue Renée, é que o ALMA seja a plataforma de Música, Economia Criativa e Sustentabilidade do Se Rasgum, substituindo o antigo MOTT, e aglutinando interlocuções com profissionais destas indústrias, regional, nacional e internacionalmente. “Temos parcerias com o Circuito Amazônico de Festivais, a Associação Brasileira de Festivais Independentes, o British Council e a Embaixada da França”, destaca Chalu, sobre o caráter cosmopolita da plataforma.
Na sua estreia, marcada para 9 de setembro, o ALMA já tem confirmadas oficinas, palestras e workshops com temas ligados à música, economia criativa e sustentabilidade, como a Oficina “Roadies para Mulheres”, com Daniela Lira, e a mesa redonda “Plano de Cultura para Belém na COP 30, que reunirá a deputada estadual Lívia Duarte e representantes da Secult. O tema da sobrevivência dos festivais independentes também terá lugar na programação, com o debate “Festivais de Fomento e de Momento”, com representantes do Coquetel Molotov (Recife), Festival DoSol (Natal), Festival Psica, Festival Lambateria (de Belém), Festival Frequências Preciosas (Salvador) e Festival Balaclava (São Paulo). Outra jóia da programação será o “Bate Papo com Artistas”, que trará simplesmente Jards Macalé detalhando seu processo criativo.
Passada a estreia no Se Rasgum deste ano, o ALMA seguirá ativo para a formatação da primeira Conferência Internacional de Música realizada em Belém, que nasce com a proposta de ter frequência bienal. A proposta da conferência ALMA é reunir os players da música, da economia criativa, sustentabilidade e demais setores que se relacionam com as várias faces da indústria da cultura. Tudo isso sem deixar de lembrar qual a alma do negócio na região amazônica. “Um dos principais eixos de atuação e de convergência na conferência será a promoção de discussões com temas importantes e atuais sobre nosso tempo, colocando a cultura amazônica no centro das ações para pensar o presente e o futuro dos impactos das mudanças climáticas nas mais diversas áreas da sociedade, sendo uma ferramenta importante na busca de soluções sustentáveis em prol de justiça climática e social e, nesse contexto, como a música conectada aos mais diversos segmentos artísticos podem ser importantes aliados e agentes de transformação e mobilização social na região Amazônica”, conclui Renée.
Programação completa do ALMA:
Dia 09/9 e 10/09 (Segunda e Terça)
Workshops de Formação Técnica para mulheres
Oficina "Direção e produção de palco" para mulheres com Raissa Coutinho
Data: 09/09
Horário: 09:00 às 12:00 - 13:00 às 17:00
Local: Sala 1 - Sesc Ver-o-peso (Blvd. Castilhos França, 522/523 - Campina)
20 vagas (Precisa de inscrição pelo link https://forms.gle/ck51fUP3xUfAEQBq9 )
A Oficina de Direção e Produção de Palco visa ensinar atividades e competências essenciais para um trabalho de alta qualidade, incluindo exemplos práticos de prioridades na direção e diálogo entre artistas e equipe técnica. Serão discutidas demandas comuns, profissionais indispensáveis, equipamentos técnicos necessários, e como antecipar e resolver problemas para garantir um alinhamento eficiente entre equipe, bandas e fornecedores.
Oficina "Roadie" para mulheres com Daniela Lira
Data: 10/09
Horário: 09:00 às 12:00 - 13:00 às 17:00
Local: Sala 1 - Sesc Ver-o-peso (Blvd. Castilhos França, 522/523 - Campina)
20 vagas (Precisa de inscrição pelo link https://forms.gle/ck51fUP3xUfAEQBq9 )
A oficina de roadie tem como objetivo formar novos profissionais e aprimorar as habilidades de quem já atua na cena técnica. Serão abordados temas como montagem e desmontagem de instrumentos, marcação de palco, cabeamento e endereçamento (patch), logística de palco em festivais e microfonação de instrumentos. A ideia é oferecer uma formação prática e teórica para garantir a eficiência e qualidade nas produções.
Sustentabilidade em Festivais - Plataforma Se Rasgum
Data: 10/09
Hora: Às 10h
Local: Auditório 1 - Sesc Ver-o-peso (Blvd. Castilhos França, 522/523 - Campina)
Entrada sujeita à lotação do espaço
Painel sobre a importância de ações de sustentabilidade em projetos culturais, como a segregação dos resíduos, a certificação lixo zero, o reaproveitamento de materiais e a tratativa humana de inclusão e acessibilidade.
Participam: Samantha Chaar (Composta Belém) + Yuri Rebello (Bohho) + Sophia Jares (Bioma)
Apresentação: Priscila Meldoniam
Dia 11/09 (QUARTA)
15h00 às 16h00 - Painel: Arte e Cultura a favor da luta climática. Qual o papel das organizações e movimentos sócio culturais, artistas e agentes de cultura?
Data: 11/09
Hora: 15h às 16h
Local: Auditório 1 - Sesc Ver-o-peso (Blvd. Castilhos França, 522/523 - Campina)
Entrada sujeita à lotação do espaço
O painel abordará o papel político dos fazedores de cultura na conscientização sobre mudanças climáticas, destacando como a arte pode inspirar empatia, novos hábitos de consumo e soluções criativas para sustentabilidade, promovendo desenvolvimento social e econômico.
Participantes: Roberta Carvalho (Amazônia Mapping) / Moara Tupinambá / Valentina Floris e Ben Foot (SDNA) / Rafael Ferraz (British Council) / Jean Ferreira (Gueto Hub e Cop das baixadas)
Comunicação: Cris Viviani
Mediação: Eric Terena
16h30 as 18h - Painel: Sustentabilidade financeira no mercado musical
Data: 11/09
Hora: 16h30 às 18h
Local: Auditório 2 - Sesc Ver-o-peso (Blvd. Castilhos França, 522/523 - Campina)
Entrada sujeita à lotação do espaço
Miguel Galvão fala sobre sua experiência com o centro cultural Infinu e o Festival Picnik, em Brasília, para entendermos possibilidades e caminhos para viabilizar ideias e empreendimentos na economia criativa e na música independente.
Palestrante: Miguel Galvão (Centro cultural Infinu e Festival Picnik)
Dia 12/09 (QUINTA)
15h00 ás 16h30 - Mesa: Plano de Cultura para Belém na COP 30
Data: 12/09
Hora: 15h às 16h30
Local: Auditório 1 - Sesc Ver-o-peso (Blvd. Castilhos França, 522/523 - Campina)
Entrada sujeita à lotação do espaço
Como garantir uma agenda para a cidade com incentivos e investimentos para os projetos e agentes locais.
Participantes: Rubens Magno (Sebrae - Pa), Inês Silveira (Fumbel), Jorane Castro, Lívia Duarte (Deputada Estadual), Livia Condurú (Bienal das Amazônia), Karla Braga (Cojovem)
Mediação: Mayra Castro
16:00 às 17h30 - Painel: Festivais de Fomento e de Momento
Data: 12/09
Hora: 16h às 17h30
Local: Auditório 2 - Sesc Ver-o-peso (Blvd. Castilhos França, 522/523 - Campina)
Entrada sujeita à lotação do espaço
Como sobreviver no mercado de festivais de música mantendo uma curadoria relevante e formando público para novos artistas.
Participantes: Ana Garcia (Festival Coquetel Molotov), Sônia Ferro, (Festival Lambateria) ,Raína Biriba (Curadora e Festival Frequências Preciosas), Jeft Dias (Festival Psica), Fernando Dotta ( Festival Balaclava), Anderson Foca (Festival DoSol)
Mediador: Fabrício Nobre( Festival Bananada e Toca Uol)
Dia 13/9 ( SEXTA)
Oficina de Colagem com Moara Tupinambá
Data: 13/09
Horário: 09:00 às 12:00
Local: Usipaz Jurunas - Travessa Quintino Bocaiúva, entre Bernardo Sayão e Travessa Honório José dos Santos, S/N
20 vagas (Precisa de inscrição)
Como retratar a si mesmo a partir da memória e a falta de memória, a ancestralidade que resiste no corpo enquanto território e o que isto tem a ver com a própria identidade. Os participantes constroem uma fotomontagem a partir das imagens que chegam até eles, vindas de revistas e jornais aleatórios. A colagem é trabalhada com a surpresa dos materiais.
16:30h - Bate Papo com artistas: Processo Criativo com Jards Macalé
Data: 13/09
Hora: 16h30 às 17h30
Local: Auditório 2 - Sesc Ver-o-peso (Blvd. Castilhos França, 522/523 - Campina)
Entrada sujeita à lotação do espaço
Mediação: Paulo Brasil (jornalista e pesquisador musical)
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